Na ‘seca’ em campo, Real decide sexta Copa do Rei contra o Barça

08:37

Nove Liga dos Campeões, 31 Campeonatos Espanhóis, 17 Copas do Rei, oito Supercopas da Espanha, duas Copas da Uefa... Em 109 anos, o Real Madrid se especializou em, principalmente, conquistar títulos. Mas a história dos últimos três tem sido escrita com mais contratações galácticas e milhões de euros do que propriamente com troféus no Santiago Bernabéu. Mas a oportunidade voltou a bater a porta dos merengues, e logo contra o maior rival Barcelona: nesta quarta-feira, a partir das 16h30 (de Brasília), ambos decidem a Copa do Rei pela sexta vez, no estádio Mestalla, em Valência, no segundo dos quatro clássicos da maratona. O GLOBOESPORTE.COM acompanha em Tempo Real.
Desde agosto de 2008, com a Supercopa da Espanha, os merengues só abrem a sala em seu estádio para torcedores e turistas. O período coincide justamente com o auge dos catalães, que iniciaram a “Era Guardiola” com todos os seis títulos possíveis conquistados em 2009, além de levarem o Espanhol e Supercopa seguintes.

Números e mais números
Fora de campo, no entanto, o Real aprendeu a viver sem troféus e aumentou progressivamente suas receitas nos últimos tempos. Estudos da empresa BDO RCS apontam que o clube merengue arrecadou € 145 milhões com marketing e € 148,6 milhões com sócios e o Bernabéu somente em 2010. Nos últimos 10 anos, com dois mandatos do presidente Florentino Pérez, a evolução atingiu os 197% – em 2001, época do primeiro time galáctico, a receita com marketing não chegou sequer aos € 39 milhões.
Com Messi, Xavi e Iniesta, o Barcelona vive notório melhor momento nos gramados, mas vem atrás em receitas. Com o marketing, em 2010, foram € 120,9 milhões – sócios e Camp Nou renderam € 115,5 milhões. Em oito anos, desde que Joan Laporta assumiu e revolucionou o clube, a evolução foi de 140%. Números excelentes, mas abaixo do maior rival.
Em Copas do Rei, o Barcelona pode dizer que leva grande vantagem. São 25 títulos dos culés contra 17 dos brancos - o último apenas em 1993. Em confrontos diretos pela final, foram cinco: três vencidos pelo Barça (1968, 1983 e 1990) e dois pelo Real (1936 e 1974).
Real sem medo de defender
Tudo é visto como motivo para o Real Madrid tratar esta decisão de Copa do Rei com mais carinho que o rival. Além, é claro, de o resultado do clássico do último sábado, pelo Campeonato Espanhol, ter favorecido o Barcelona, agora oito pontos à frente do rival na disputa por um título quase definido.
Mas é justamente o empate por 1 a 1 no Santiago Bernabéu que José Mourinho usa como exemplo para poder superar os catalães. Na ocasião, o técnico português pôs a campo um Real Madrid defensivo, com Özil no banco e Pepe de primeiro volante. A tática deixou o Barcelona ainda mais com a posse de bola – chegou a ficar com 83% no primeiro tempo –, mas impediu investidas como na goleada por 5 a 0 no Camp Nou, em novembro. No fim, com dez jogadores, os merengues reagiram e ganharam novo ânimo.
– Quando o Barça tem a posse de bola, nós temos que defender, senão por sua qualidade teremos dificuldades. Temos que defender como um time e os times defendem com 11. Antes o Real estava acostumado a defender com seis e atacar com quatro. Tenho dúvidas de que a imprensa de Madri queira que nós ganhemos, mas os torcedores não estão cegos e estão com o time – disse Mourinho, que negou a obrigação de conquistar o título por conta de seu currículo.
– Quando falaram comigo e estive pela primeira vez com o presidente e José Angel Sánchez (dirigente) me pediram trabalho honesto e dedicação. Me escolheram pelo meu profissionalismo e porque comigo se trabalha com seriedade. Se conseguirmos o título será algo ótimo, caso contrário seguiremos o projeto. Obviamente que os resultados positivos são motivadores. É verdade que é a minha primeira final com o Real, mas já participei de muitas finais e por isso estou tranquilo.
Barcelona com mudança no gol
No Barcelona, a tendência é que a equipe seja basicamente a mesma do último sábado. O zagueiro Puyol e o lateral Adriano, que sofreram leves contraturas, devem ir a campo. A principal e única mudança, portanto, seria no gol. Pinto, que agarrou nas partidas da Copa do Rei, substituiria Victor Valdés por justiça.
– Nossa intenção é jogar até ficarmos cansados. Falamos sobre o que fizemos bem e mal no sábado. Somos dois grandes times. Haverá um grande clima e espero que não tenha problemas. Mas não mudará a história. É o que é e não mudará em nada o que o Real Madrid tenha conseguido – afirmou o técnico Josep Guardiola.





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